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sábado, 6 de dezembro de 2008

Santa Catarina e a crise - As prioridades do Governo Brazuca

Fazia tempo que não tinha tempo pra postar aqui, na verdade o desanimo e o cansaço também ajudam, além de ser dificil achar algum bom motivo pra postar algo no blog, só os discos fazem tanto sentido de postar, tem otimos blogs onde você pode achar os melhores albuns da musica preta mundial, ali na seção de links tem uma meia duzia que visito toda semana.
Decidi postar hoje porque não guento mais ouvir falar dos dois assuntos que tão pegando sem dizer o que penso pra quem visita o blog (se é que alguem ainda faz isso).
O primeiro é foda: As chuvas de Santa Catarina, uma parada que nunca tinha visto antes no Brasil, parece aqueles "Videos Incriveis", carro navegando, gente afogada, casa destruida, enfim... Um bagulho muito loco!!! Impressionante e comovente pra caralho!!! O país (quase) inteiro se mobilizou, uns por solidariedade, outros por interesses politicos e economicos.
O outro era previsto por muitos, a tal da crise financeira ta passando o rodo e alguns brasileiros estão sentindo na pele a parada, o desemprego tá bantendo na porta de uma pá de gente e os empresários tão pressionando o governo para liberar (a sua) grana para que suas empresas não quebrem.
Diante disso três noticias ilustram bem as prioridades do Estado brasileiro:

Governo federal ajudará regiões atingidas pela chuva


Governo já injetou mais de R$ 150 bi contra a crise financeira


Câmara gasta R$ 1,5 mi para trocar mobília de imóveis de deputados

As três são do mesmo periodo, e mostram as prioridades dos que nos governam. Enquanto tem gente se fodendo embaixo d'agua o Governos brasileiro gasta 150 BILHÕES do (nosso) dinheiro pra segurar a bronca da burguesia e da uma esmola de 1,6 bilhões pra conter o verdadeiro caos, o resto da responsa eles jogam pra nós, campanhas como essa me fazem sentir nojo desse Estado, afinal nós trabalhamos, pagamos impostos e VOTAMOS para que o governo faça isso e não nós e nem me venham com aquela historinha do "faça a sua parte" porque a minha parte já esta mais do que feita. Mas como já disseram antes não há saidas para os trabalhadores no Estado burguês e isso é a mais pura verdade, por mais que digam que vivemos num país democrático, momentos como esse nos revelam quem é que manda nessa porra.
E os deputados... ah, no meio do turbilhão eles decidiram que querem trocar a mobilha. Seria engraçado se não fosse de verdade.
Desculpem a forma meio perdida do post, tenho dificuldade em escrever, mas acho que tenho que me posicionar frente a realidade. No mais deixo uma proposta aos que são solidários e querem ajudar Santa Catarina: Lutem por um país justo, assim vocês não só ajudarão SC, mas ajudarão o Brasil num futuro que espero que seja breve, porque tá osso.


Para ler ouvindo:
Athalyba e a Firma - Politica

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Talib Kweli No Brasil

Não sei se a noticia é nova ou antiga, mas foda-se, vou publicar assim mesmo.
Pra mim um dos melhores rappers da cena alternativa mundial. Fiquei sabendo agora via comunidade no Orkut
, de inicio fiquei meio com o pé atras, fui procurar no site do SESC e não é que é verdade?
Segue a noticia publicada no site:

INDIE HIP HOP

SESC Santo André

Dia(s) 13/12, 14/12
Sábado e domingo, às 18h.

Na edição de 2008, o já tradicional festival se firma como o mais importante evento do rap alternativo no país, por meio de uma programação que contempla especialmente os fãs dessa vertente fazendo um balanço da produção do gênero ao longo do ano. A programação traz como destaque, Talib Kweli Greene (dias 13 e 14). Mais conhecido como Talib Kweli, o nova-iorquino do Brooklyn é um dos mais bem sucedidos rappers do hip-hop alternativo, tendo sido primeiramente reconhecido por "Black Star", uma colaboração com o amigo MC Mos Def. Dentre os nomes nacionais confirmados estão Doncesão (dia 13, sábado) e Kamau(dia 14, domingo). No Espaço de Eventos.


Os preços são bem acessíveis:
R$ 16,00 [inteira]
R$ 8,00 [usuário matriculado no SESC e dependentes, +60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino]
R$ 4,00 [trabalhador no comércio e serviços matriculado no SESC e dependentes]


Fiquei felizaço, gosto do som dele pra caralho e não falto nesse show nem fodendo.
Ainda não tenho noticias se ele vai fazer só esses dois em SP ou se tem outros pelo Brasil afora, Mas pra quem for daqui fica a dica.

terça-feira, 24 de junho de 2008

Baixando no RapidShare [NOVO]

Agora é assim:


[clique para ampliar]

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Baixando e Burlando o Megaupload [TUTORIAL COM FOTOS]

Salve, rapa!!!
Tava demorando pra postar algo aqui porque ando meio sem tempo, mas achei uma coisa que merecia um post, esse é o meu primeiro tutorial e espero que esteja de facil entendimento, se tiverem qualquer duvida é só deixar um comentario ou mandar um e-mail que vamos te ajudar a resolver.
Chega de enrolação e desculpas. Vamos ao que interessa.
Antes de tudo você precisa do Firefox, que além de ser o melhor navegador do mundo, mais facil de usar e mais personalizavel é de graça! Você pode baixa-lo nesse link e mandar a IE da Micro$oft pra casa do caralho, acredite, você vai até se esquecer que um dia já usou ele.
Agora que você já baixou e instalou seu Firefox baixe esse arquivo e descompacte com o WinRar.
Descompactado, abra-o com o seu Firefox, como mostram as imagens abaixo:


[CLIQUE PARA AMPLIAR]
[CLIQUE PARA AMPLIAR]

Clique em "Instalar Agora":

[CLIQUE PARA AMPLIAR]

Reinicie o Firefox clicando em "Reiniciar Agora":

[CLIQUE PARA AMPLIAR]

Com o Firefox reiniciado, vá em "Ferramentas" - "Megaupload SX 4.3" - "Ligado":


[CLIQUE PARA AMPLIAR]

Acesse o seu link do Megaupload e baixe o que quiser a vontade:

[CLIQUE PARA AMPLIAR]

Tutorial escrito ao som do disco "Soul 69" de Aretha Franklin, amanha eu posto esse disco.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Entrevista com Jóta - Família LDR

Tudo começou com um tópico no Orkut, o Jota, MC da Família LDR, fez um divulgando o som "Realidade Sem Meias Verdades", eu como bom curioso e sempre atrás de um rap novo pra coleção baixei a música sem muitas expectativas, afinal muito do que se faz hoje é o tal do "mais do mesmo". E não é que os caras me surpreenderam? Encontrei uma boa letra, com um bom flow em cima de uma boa instrumental, coisa difícil em tempos de modas e sucessos passageiros. Procurei outros sons e gostei deles, mas pra mim os sons que bateram forte aqui no fone de ouvido foram "Realidade sem meias verdades" e "Contos de Gambé", que como o nome já diz, fala da polícia paulista e de suas peripécias nas ruas de São Paulo.
Ouvir esses sons me lembrou de uma idéia meio adormecida até então, a de realizar entrevistas amadoras (até porque não sou nenhum jornalista ou coisa que o valha) com grupos de rap pouco conhecidos, porém com idéia pra mandar. Entrei em contato com o Jota pelo Orkut mesmo, fiz a proposta e o cara aceitou quase que na hora, o resultado dessa experiencia segue abaixo:

Para Além Do Hip Hop - Bem, pra começar, de qual quebrada vocês são e quem são os integrantes?

Jota - Antes de tudo obrigado pela oportunidade e pelo espaço. É com imensa satisfação pode inaugura as entrevistas do Para Além do Hip Hop. Bom, o grupo é formado por 4 integrantes, eu Jóta R, Vh2, Lps e Dj Terra. Exceto o Lps que é da Zona Leste de São Paulo (Itaquera) o restante é tudo da Zona Norte, do bairro Lauzane Paulista.

PAHH - Desde quando existe o grupo e por que vocês decidiram montar um grupo de rap?

J - O grupo existe oficialmente desde 2006, eu já usava o nome lokos da rima desde 2003 com uma galera que fazia umas rimas, só que não era nada sério. Até que em 2006 resolvi da à cara no jogo. Liguei o Vh2, acionei o DJ Terra e dai pra frente à parada começou a ficar séria. No inicio era apenas Lokos da rima, mais com o tempo o time foi se fortificando, muita gente acreditou no nosso trabalho nos dando muita força, dai ficou decidido que iríamos se apresentar como família ldr (lokos da rima). Decidi monta o grupo por que eu tinha uma forte influência do rap no meu cotidiano. Tanto musicalmente como ideologicamente falando. E juntando isso com a necessidade de me expressar eu formei o grupo.

PAHH - Quais as influencias musicais, culturais e políticas do grupo?

J - A influência musical é gigantesca, costumo falar que eu sou um eclético cultural rs... Ouço tudo que é clássico e de qualidade. Sem citar nomes de fulano ou ciclano, apenas pelos gêneros já da pra sabe do que se trata. Mpb, Samba de raiz, Gangsta rap, Rap alternativo (Nada de underFRAUDES), Reggae roots, Rock clássico, Funk (o Legítimo). Falar sobre cultura é complexo e relativo (O que não é? rs). A cultura que nos influência é a cultura hip hop, a cultura de rua, o subúrbio. Então tudo que é relaciona a isso nos interessa. Tudo que nos da conhecimento prático da vida que levamos. (Rua, rua e rua.) Sobre a política meu ponto de vista já esta na música REALIDADE SEM MEIA VERDADE (Baixem e tirem suas conclusões sobre o que eu acho dessa merda rs)
Link do som
http://www.4shared.com/file/48594188/f320ce70/Famlia_LDR_-_Realidade_sem_meia_verdade_-_2008.html

PAHH - Como vocês vêem a cena Hip Hop nacional atual?

J - Ótima pergunta. Já me iludi muito com o Rap em termo de revolução social. Acreditei demais nas palavras que ficaram imortalizadas em discos clássicos. Mais hoje que eu vivo no meio dos bastidores desse jogo eu posso dizer que é tudo uma desilusão. A cena atual é o jogo do finge. Fulano finge que não usa droga, fulano finge que não gosta da mídia, beltrano fala que não bebe. Mais quando as cortinas se fecham é tudo ao contrário. É muito "é nóis pra lá, é nóis pra ca" e no final acaba tudo em segregação. Aquilo que era pra ser unido esta dividido. Se o hip hop tem escolas, então tem aluno novo desrespeitando o professor, e tem aluno veterano esquecendo o que pregou. Assim que eu vejo a cena atual. Se eu to hoje no rap é por que eu ainda acredito na consciência e no tráfico de informações através daquilo que eu amo.

PAHH - Qual a sua opinião sobre o cenário político de hoje?

J - Ele é o resultado da acomodação de um povo que nem sabe que tem o poder nas mãos. O feijão aumenta ninguém se meche, a condução aumenta ninguém se meche, chacinas acontecem e ninguém se meche. Agora se jogam uma menina do sexto andar o país para, a morte comoveu? Claro, agora imagina tanta revolta por cada morte injusta e revoltante que é causada por políticos que comandam tudo através de uma ontblanc?. A revolução seria questão de tempo. Porém se o que vem de baixo não atinge for fato, então o governo será corrupto eternamente.

PAHH - Onde vocês buscam inspirações para as letras?

J - Nosso cotidiano, nada mais que isso.

PAHH - Deixe um salve para os leitores do blog.

J - Sem palavras, agradeço mais uma vez o espaço. Um salvão de coração para todos que acompanham o blog e o hip hop nacional. O jogo ta sujo mais ajude-nos a limpar para a mudança acontecer busque primeiro a sua EVOLUÇÃO. Depois acrescente o R na frente e vá em busca dos seus objetivos.

Contato para eventos: 0xx11 - 8201 0563 ou pelo e-mail junior2009@terra.com.br

Ou pelo meu Orkut mesmo
http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=6713785608148555341

Visitem também meu blog, atualizado com freqüência, tem muita coisa boa por La
http://umserassim.blogspot.com

Para baixar e/ou ouvir nossa músicas é só clicar no link abaixo.
http://familialdr.4shared.com/

Jóta [L.D.R] (C.P)Família L.D.R.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Cine Quebrada, dia 07/06


Clique na imagem para ampliar

Salve, postando aqui só pra divulgar o CineQuebrada, atividade promovida pelo Coletivo Caifazes, do qual eu também faço parte, na COHAB 2, em Itaquera.
A atividade vai rolar na EE Fadlo Haidar que fica na Rua Murmúrios da Tarde, 200.
Maiores informações:
http://cinequebrada.blogspot.com

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Michael Moore - 5 Filmes para baixar de graça

Gosto pra caramba desse cara, o ultimo filme que vi dele foi o "Sicko - $o$ Saúde" que fala sobre o precário sistema de saúde nos EUA.
No pacotão que fiz botei os seguintes filmes:

*Tiros Em Columbine

*Fahrenheit - 09.11

*Roger e Eu

*The Big One

*Sicko $o$ Saude

Obs. Os filmes estão em arquivos "*.torrent", sei que muitos não sabem baixar esse tipo de arquivo, por isso procurei alguns tutoriais ensinando você a baixar. Eles se encontram abaixo:

Tutorial 1

Tutorial 2
Tutorial 3

Agora que você já leu alguns dos tutoriais acima clique no link abaixo e baixe o arquivo compactado com os torrents:

Clique aqui para baixar

Depois de descompactar o arquivo baixado é só baixar os torrents.

*Se você tiver problemas para baixar os arquivos em torrent mesmo depois de ter lido os tutorias acima é só mandar um e-mail para paraalemdohiphop@gmail.com que terei prazer em ajudar.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Indicação do dia









A indicação de hoje vai pro trampo de uma pessoa que além de camarada faz um trabalho bem bacana: A Mariana Vicente (ou só Mariana), autora da foto acima.

Maloqueira nata, natural de guaianazes, estudante de geografia, boa companhia para falar merda e pra coisas serias também.

Quer mais? Visite os sites abaixo e conheça o trampo dessa artista periferica.

http://www.flickr.com/photos/marianavicente/

http://www.picasaweb.google.com/marinchains


Postado ao som de Falsalarma - Hazte el muerto

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Gerson King Combo - E a Turma do Soul

O unico disco que tenho de Gerson... Se alguem tiver mais algum mande um e-mail ou deixe um comentario que postarei com gosto.
Gosto muito da capacidade de misturar os sons regionais com Soul Music, por isso acho esse disco muito classe...


Sem saco pra fazer playlist, mas pode baixar que o barato é loco de mais:

Clique, baixe, pire e siga a LEI DE GERSON!!!

Conjunto A Voz do Morro - Roda de Samba

Mais um dos mestres...




1- Pecadora
2- Intriga
3- Mascarada
4- Coração Vulgar
5- Conversa de Malandro
6- Peço Licença
7- Vai Saudade
8- Jurar Com Lagrimas
9- Maria
10- Coração De Ouro
11- Não Sou Feliz
12- Injuria
13- Sonho Triste
14- Meu Viver

Clique, baixe, pire e DIVULGUE!!!

Conjunto A Voz do Morro - Os Sambistas

Samba de qualidade da decada de 60... Da só uma olhada no time:
Paulinho da Viola
Nelson Sargento
Zé Kéti
Elton Medeiros
Jair do Cavaquinho
Anescarzinho do Salgueiro
Oscar Bigode

Zé Cruz

Sem mais delongas pois tô com mó sono... e amanhã é feriado e dia de rolê.
Tome-lhe SAMBA:





1- Cuidado
2- A Voz Do Morro
3- Tiradentes
4- 400 Anos De Favela
5- Exaltação A Mangueira
6- Tanta Tristeza
7- Meu Barracão De Zinco
8- Sinhá Não Disse
9- Carnaval Que Passou
10- Exaltação A Madureira
11- Aventureira
12- Só Eu Sei
13- Tarde Demais
14- Noite Linda
15- Meus Dias São De Sol

Como de costume:
Clique, baixe e pire...

domingo, 18 de maio de 2008

Dom Salvador - 4 discos para baixar

Mano, não tem muito o que falar sobre esse cara.
Ele começou a tocar piano profissionalmente com 12 anos de idade em Rio Claro (SP), veio pra São Paulo e depois foi tocar no Rio nos anos 60. Já tocou com Jorge Ben, com a Elis Regina e com uma pá de gente. Hoje ele mora nos U$A, mas parece que vem pro Brasil fazer uns shows esse mês.
Então, toma Dom Salvador:

Tristeza (1966):





Dom Salvador Trio (1967):

Clique, baixe e pire...


Dom Salvador (1969)

Clique, baixe e pire...

Som, Sangue e Raça (1971)
Clique, baixe e pire...

Esse ultimo eu peguei do cogumelo moon

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Valete - Educação Visual (2002) + Clipe "Anti Heroi"

Rap português de alta qualidade.
Não tô com muito tempo pra postar, mas vale a pena dar uma olhada na biografia dele lá no Myspace e nos outros links:

Myspace
Horizontal Records
Letras no Vagalume


Abaixo segue o disco completo e umas musicas soltas que baixei do myspace dele.



1 Educação Visual
2 Nossos Tempos
3 Ele e Ela
4 Serial Killer
5 Á Noite
6 Exibicionismo
7 Liricistas
8 Beleza Artificial
9 Nada a Perder
10 Pseudo Mc's
11 Mulher que Deus Amou
12 Chegou a Hora
13 Freelancer (ao vivo)
14 Ser ou não Ser

Clique, baixe e pire

+ Clipe Anti heroi para baixar clicando aqui assista abaixo:



* O video tá em formato *flv e você vai precisar do Media Player Classic para vê-lo, baixe clicando aqui

+ 6 musicas soltas para baixadas do myspace oficial do cara, são elas:

A mentira do vosso amor - remix
Alternativos - feat Azagaia
Baza correr com paulo bento
Hall of Fame Anos 90
Quando o sorriso morre
Underground - feat Royalistik

Clique e baixe

Gil Scott - Heron - Small Talk At 125th And Lenox (1970)

Bora mais uma perola, agora o primeirão do GSH, se tudo der certo posto a discografia completa até o fim da semana...


1. Introduction - The Revolution Will Not Be Televised
2. Omen
3. Brother
4. Comment
5. Small Talk at 125th and Lenox
6. The Subject Was Faggots
7. Evolution (And Flashback)
8. Plastic Pattern People
9. Whitey on the Moon
10. The Vulture
11. Enough
12. Paint It Black
13. Who'll Pay Reparations on My Soul?
14. Everyday

Clique, baixe, pire...
* Tem varios links para baixar

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Postado ao som de Lyrics Born - I'm A Phreak

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Entrevista Com G.O.G na revista Cultura e Pensamento

Dando uma lida no Blog Vermelho editado pelo Spensy Pimentel, que além de editor do blog é autor de "O Livro Vermelho do Hip Hop" (Clique no link para ler), que é um bom livro sobre a historia do movimento, achei uma entrevista feita por ele com o G.O.G, que sem duvidas é um dos maiores expoentes do Rap politizado e combativo no Brasil, prova disso é o seu CD ao vivo, distribuído de forma totalmente independente e com pagamento via contribuição voluntaria, uma verdadeira afronta aos grandes empresários, donos de gravadoras e a qualquer um que lucra em cima do trampo de artistas. Se você ainda não tem o CD clique aqui e baixe o seu no site do G.O.G.
Tirei essa entrevista da revista "Cultura e Pensamento", que é uma revista do governo federal de distribuição gratuita, apesar de eu nunca ter visto antes (vai saber onde ela é distribuida...), parece ter um conteudo interessante, mas não posso falar porque só li a entrevista do Spensy com o G.O.G, de qualquer forma vale a pena conferir a revista, clique aqui e baixe.
Abaixo segue a entrevista:



UM DOS PRINCIPAIS NOMES DO RAP NACIONAL,
O BRASILIENSE GOG FALA DE SUA TRAJETÓRIA,
REAFIRMA A NECESSIDADE DE ABERTURA ARTÍSTICA
NA VERTENTE ENGAJADA DO GÊNERO E DIZ QUE
AS EXPERIÊNCIAS DO MEIO VARIAM CONFORME
TRAJETÓRIAS PESSOAIS E REGIONAIS DIFERENTES


Outrora tido como bastardo trazido ao Brasil pela indústria
cultural norte-americana, o Hip Hop lutou para conquistar
o status de filho legítimo da diáspora africana. Hoje, tem
patrocínio dos órgãos públicos, além de respeito e admiração
por parte de artistas mainstream e intelectuais da academia,
e um público cativo espalhado pelas periferias urbanas de
todo o país.
Representante da primeira geração de artistas-ativistas que
difundiram o movimento no Brasil, em fi ns dos anos 80, e um
dos grandes responsáveis por esse reconhecimento tão amplo,
o brasiliense (mas gerado em Gilbués, Piauí, como faz questão
de frisar) Genival Oliveira Gonçalves, 42 anos de idade, mais
conhecido pelas iniciais GOG, sustenta há mais de uma década
a reputação de grande letrista do rap nacional, refletida em
uma carreira sólida e frutífera. Em 15 anos, Gog já lançou oito
álbuns, quase todos em esquema independente ou em parceria com
outros selos e distribuidoras. Não são “discos de ouro”, para lembrar a distinção
concedida pela agonizante indústria fonográfica tradicional – ele calcula que,
ao todo, vendeu entre 300 mil e 400 mil discos, muitos deles de forma direta,
sem intermediários –, mas garantiram a sobrevivência do artista e de um
razoável número de “parceiros” que gravitam em torno do rapper. Com a Só
Balanço Produções, pôs em prática também um outro ensinamento trazido pelos
pioneiros do movimento black power, a autogestão dos negócios: passou a
lançar outros grupos, promover eventos, vender roupas. Atualmente, prepara
o lançamento de um DVD, com a gravação de um show promovido no Teatro
Nacional, em Brasília, e participações de artistas da MPB, numa gama que vai
de Maria Rita a Paulo Diniz, passando por Lenine e Gerson King Combo.
Essa abertura para a diversidade é marca do rapper. Gog calcula que
realiza de quatro a cinco shows por mês, Brasil afora, e igual número de
palestras – em outubro, estava previsto que fosse a eventos tão variados
como um debate sobre “conhecimento e cultura livres”, promovido no âmbito
do programa Cultura e Pensamento, e o festival Rap Rep, que reúne rappers
e repentistas em Campina Grande (PB). Anos atrás, ele participou de um
curso de formação do Movimento dos Sem-Terra (MST), cuja causa defende
com convicção.
Os escritores de periferia que atualmente constituem o movimento
da Literatura Marginal, vicejante em São Paulo e várias outras cidades,
também reconhecem Gog como o primeiro rapper de destaque que convidou
um poeta – no caso, Sérgio Vaz, idealizador dos hoje famosos saraus
da Cooperifa, na zona sul de São Paulo – a subir ao palco em um show para
declamar seus versos. Em conseqüência dessa aproximação, Gog participa
agora da coletânea Suburbano convicto – Pelas periferias do Brasil, que
reúne autores “periféricos” de vários estados, como o movimento denomina,
e também deve lançar no ano que vem um livro próprio, com suas mais de
100 poesias transformadas em letras de rap e, talvez, crônicas sobre os 25
anos de “caminhada” no Hip Hop. Essa abertura para o mundo das letras,
como se verá na entrevista a seguir, está ligada a uma atitude do rapper que
se destaca em relação a um dos principais epítetos que o Hip Hop construiu
sobre si nas décadas passadas, o de “cultura de rua”. Para Gog, a escola, o
ensino formal é, sim, importante e insubstituível, e o rap só terá a ganhar
nesse contato com o mundo da literatura. Tal visão se ancora numa experiência
pessoal: Genival é um dos poucos da primeira geração do Hip Hop
nacional que teve acesso ao ensino superior – muitos não completaram o
ensino básico. Ele cursou seis semestres de Economia em uma faculdade
particular de Brasília – abandonou a escola porque não se identificava com
o ambiente universitário, extremamente elitista à época.
No discurso de Gog, essa postura aparece ligada a outro traço que
o distingue fortemente de um certo Hip Hop nacional – por vezes erroneamente
entendido nos últimos anos como única opção possível para o
movimento, como ele mesmo frisa na entrevista. O rapper cresceu em uma
família pobre, mas estruturada, com pai e mãe presentes desde “a certidão
de nascimento”. A maneira como essa história pessoal se articula com a
construção de um discurso de tom francamente paternal, no sentido mais
amplo do termo, chama a atenção de quem acompanha o rap nacional porque
foram diversos os rappers que, ao longo das últimas décadas, a despeito
do discurso politizado, se esquivaram de assumir que servem de “exemplo”
ou “referência” para seus jovens ouvintes. Genival, como se verá, percebe
raízes profundas nessa atitude.
Gog nos recebeu em pleno sábado à noite, num breve intervalo do
trabalho que tomava seu tempo no último mês de outubro, a edição de
seu primeiro DVD. Conversamos ao ar livre, enquanto ele jantava numa
barraca de churrasquinhos numa praça da Candangolândia, cidade-satélite
de Brasília, próxima ao Guará – onde passou a residir após a morte do pai e
hoje mantém o estúdio em que trabalha. Leia a seguir os principais trechos
da conversa.


Cultura e Pensamento • Você tem sido chamado nos últimos anos de
“o poeta do rap”. Como lhe soa essa denominação?

Gog • Isso tem dois lados para mim. Uma hora me incomoda, eu
gosto por uns momentos… Muita gente fala: eu ouço Gog porque ele
é certinho. Eu não sou certo, mano. Por que eu não uso palavrão nas
músicas? É uma forma de atrair a minha própria comunidade, a própria
casa do parceiro, a mãe, a avó, o pai do cara, é uma estratégia. Não que
eu não fale palavrão, o meu modo de ação e de atração usa isso, por isso
o meu texto é dessa forma. Isso não torna o meu trabalho light. Outra
coisa que me incomoda é quando dizem: ah, o trabalho do Gog é político.
Não é político, é politizado – é diferente. É dar um começo, um meio e
um fi m. É falar do problema, mas apontar a solução. Tem que ter pé e
cabeça. Agora, em outros momentos, claro que agrada: por exemplo, eu
tive a oportunidade agora de participar dessa série “Pelas periferias do
Brasil” (organizada por Alessandro Buzo). Hoje, o que comanda o Hip Hop
é a chegada da literatura periférica. Você vê grupos de rap participando
dos saraus da Cooperifa (grupo cultural da Zona Sul de São Paulo),
também agora tem o Sarau do Rap, lá no Centro de São Paulo, você vê
vários grupos que vêm de longe, estão toda quinta-feira lá. Isso mostra
que, daqui para a frente, os textos do rap vão melhorar sua qualidade, e
os assuntos vão ser abordados na sua infi nidade. Uma carência que eu
vejo no Hip Hop é que, quando você aborda um assunto, todo mundo fica
batendo na mesma tecla. E não é assim, tem temáticas mais amplas, que
precisavam ser mais bem tratadas.


CP • Então você entende que é chamado de “poeta do rap” por causa
da linguagem menos agressiva. Nesse sentido, o que seria poesia, então?

G • É o uso da metáfora, em vez do discurso ácido, a palavra óbvia.
Isso abre uma caminhada, tanto é que professores, universitários, outras
camadas da sociedade têm uma linha direta com o meu trabalho, isso foi
decisivo para mim. Eu estou no meu melhor momento de crescimento, de
maturidade, em que o trabalho toma uma dimensão, mas com volume
de pensamento, nós não tiramos nem desagregamos o trabalho de
autogestão, de nós mesmos comandarmos nossas coisas. Tem alguns
parceiros, mas desde que não firam os nossos princípios. Às vezes, no
Hip Hop, as pessoas esperam muito uma ação externa – que não virá…


CP • O que é essa “palavra óbvia” que a metáfora substitui?

G • A palavra óbvia é aquela que só te dá aquele sentido, aquela
visão daquele assunto. A metáfora, a poesia, no caso do meu rap, é o
que traz vários canais de pensamento. Você ouve de uma forma, ele ouve
de outra, mas todo mundo somando naquele momento. É isso que dá a
diversidade de abordagem de um ponto. Eu creio que o Gog vai ficar para
a posteridade, meu trabalho não é uma coisa imediata. O que resume
meu trabalho é isto: maturidade.


CP • O que trouxe essa maturidade?

G • Duas coisas: a família e a informação, o acesso à educação.
Chegar até a faculdade foi uma coisa decisiva para mim, para eu saber
discernir as coisas, “olha, até aqui eu posso ir”. O que tira a vida dos
parceiros muito cedo é exatamente a falta da noção do limite… O certo
também tem limite, ele tem que ser trabalhado. Você pode perder a razão
dentro da razão. Por exemplo, eu estou certo em relação a você dentro
de uma fi ta, mas a forma como eu cobrar pode trazer tudo de volta contra
mim. Essa maturidade é que a gente tem que passar para os moleques.


CP • O caminho para a informação passa, então, pela escola, pela
educação formal mesmo?

G • A leitura, a informação é um mundo, e ela te leva deste mundo
aqui, te rouba dele. O cara na quebrada não sabe que existe esse outro
mundo, o mundo dele é isto aqui: churrasquinho, cervejinha no fi m de
semana. Ele não tem teatro, não tem cinema, não tem privilégio.
A escola é importante porque forma senso crítico, você passa a ter noção
de mundo. A televisão não te dá essa noção de mundo. Ela dá noção da
grandeza do mundo, mas não dá noção da sua importância no mundo.


CP • Mas é possível tudo isso mesmo com a escola de má qualidade
que existe no Brasil?

G • Mesmo assim. Você não pode julgar que a escola está podre.
Ela é um fruto que não está perfeito, mas não vai te matar se você ingerir.
Eu estudei sempre em escola pública e fui despertado por bons professores.
A educação brasileira é falível no momento em que não tem estímulo para
o professor, para o aluno, mas a gente sabe que mesmo ali você tem uma
oportunidade para se despertar. O problema não está no habitat, se mora
na favela ou nos prédios, está no que é inserido na mente desses moleques.
Por isso que eu falo sempre da campanha: vamos colocar um livro na cesta
básica, ela tem que contemplar um livro, um ABCD da coisa. Outra coisa que
está evoluindo, e no que o Hip Hop tem contribuído, é que os livros hoje
estão conversando coisas que têm mais a ver com a linguagem do povo. Já
tem livros de história hoje que contam a história do negro da ótica do negro.
Antes não tinha. Quando eu estudei, os livros eram todos assim: Duque de
Caxias era o herói, Zumbi era o pilantra. Hoje isso vem mudando, nós temos
acesso a muita coisa. A educação não está falida, ela está trabalhando.
Só que é muita coisa para movimentar, é muita terra para tirar de cima da
verdade, não são só sete palmos de terra para tirar, são várias carretas.


CP • O outro elemento que você mencionou foi a família.
Em particular, o que a sua família teve que lhe proporcionou essa
formação diferenciada?

G • Primeiramente, a família constituída, porque eu tive pai e mãe,
e tive o nome dos pais na certidão de nascimento. Isso aí foi decisivo.
Você já começa balançando a partir do momento em que você chega e vê,
“pô, só tem o nome da minha mãe aqui”. Isso já é um fator que, para
auto afirmação do moleque dentro da quebrada, no dia-a-dia, nesse mundo aí,
até ele entender isso, leva muito tempo. Isso prejudica o estudo, prejudica
o diálogo na rua, isso revolta, e essa revolta muitas vezes não tem mais
volta, porque são cometidos atos diante da revolta que a pessoa tem no
coração. Também o exemplo da família, de perseverança. É por isso que,
dentro do Hip Hop, eu trabalho para ser exemplo para os moleques.
Eu quero que eles me vejam caminhando, não quero que eles me vejam
com um copo de cerveja num palco, eles jamais vão me ver com um cigarro
de maconha empunhando, metendo a cara numa carreira. Isso tudo me deu
a noção de que a minha vida não me pertence, pertence a essa causa, a
essa caminhada. Hoje, meus fi lhos não são mais Vitor, Guilherme e Mayara.
Meus fi lhos são essa molecada toda que está aí, com quem você tem que
trocar uma idéia, tem que bater um papo, tem que ter paciência


CP • Quer dizer que muitas vezes o discurso do rap tem de ser de pai
para fi lho mesmo?

G • Claro, eu acredito que sim. Você tem que falar como você fala
para alguém que você ama de verdade, alguém a quem você quer bem.


CP • Por que você acha que muitos rappers se recusam a assumir
esse discurso de pai pra fi lho, insistem que estão falando de irmão
para irmão?

G • Quando eu falo de pai para fi lho, não quer dizer que não seja
de irmão para irmão. Eu só falo que tem que ser um discurso pelo certo,
que adiante o lado daquela pessoa. Agora, o Hip Hop do Brasil teve esse
problema, nós passamos por uma fase de maturidade que era a de saber,
realmente, quem somos nós, qual é a nossa proposta. Hoje, por exemplo,
o que me guia no Hip Hop é a idéia de grande pátria latino-americana.
Da América Central para baixo é tudo a mesma caminhada, e depois
de a gente estar certo, quem quiser de lá de cima estar com a gente,
então beleza, vem para as trincheiras, mas estamos de olho em vocês,
que vocês estão muito envenenados… O Hip Hop americano tem outra
estrutura, é outro mundo, outro planeta. O capitalismo já tomou conta ali
de uma forma que é sem volta. Você vê, por exemplo, o Jay-Z. Por acaso
ele canta rap – na verdade ele é um megaempresário.


CP • Muita gente no rap tem exatamente essa marca que você
mencionou, de não ter o nome dos pais na certidão de nascimento,
não ter crescido numa família constituída. Como você sente que isso
marca o rap brasileiro?

G • Esse discurso verborrágico de alguns rappers tem muito a ver
com isso. O rap te dá a oportunidade de falar em primeira pessoa, você
se assume ali, é como se você se personificasse, como se você realmente
pudesse ser você, com autoridade de ser você, em cima do palco, com
as pessoas te ouvindo. É nesse momento que você vai exercer o seu
direito de falar: olha, é isso, isso, isso, acredito nisso, não acredito
naquilo. E é nesse momento também que você tem que ter a estrutura
para falar, mesmo diante de todo o seu problema, o que realmente
causou aquilo. Porque, se você pensar, o pai canalha, que deixou você
sem dados na certidão de nascimento, é alguém que foi vítima também
de outro processo. É uma fábrica de tragédias em série, de problemas,
como se fossem heranças mal-sucedidas. Daí vem uma coisa universal,
que os religiosos dizem, que é o “só Deus pode julgar”… Agora, é preciso
mexer, o Hip Hop é louco porque mexe com essas feridas, ele coloca
isso à mostra. Como é que a gente pode dizer que no Hip Hop não se
pode falar palavrão, que tem que estar bem, se a sociedade não está
bem, se a comunidade não está bem, se o Terceiro Mundo não está bem,
se o Brasil não está bem, se o capitalismo cada vez explora mais, se os
gigantes mostram cada vez com suas garras cada vez mais pesadas, mais
contundentes para a gente?… O Hip Hop é reflexo disso, irmão.
A má educação brasileira vai fazer com que nós não tenhamos uma boa
concordância verbal nas letras. A escola desestruturada vai fazer com
que os caras falem errado. E a revolta por tudo isso que esses problemas
sociais colocam, quando a gente personifica, vai dar nisso aí. Muitas
pessoas têm vergonha disso, não querem ouvir isso, mas, se você for ver,
são as pessoas que vivem no Brasil numa bolha.


CP • Essa vinculação tão estreita da poesia do rap com o
comportamento pessoal é uma particularidade do Hip Hop?

G • Tem o rapper artista, o rapper ativista, e eu acho que o conjunto
disso é o mais interessante. O Hip Hop não é como você vê, por exemplo,
como esse pessoal fazendo um samba tipo exportação, levando para
a Europa.. Eles são aplaudidos de pé, sentem como brasileiros aquilo
ali, mas não como personagens principais, como atores que viveram no
seu dia-a-dia aquilo… É isso que o Hip Hop tem como contribuição: essa
primeira pessoa tanto no discurso como no sofrimento, na passagem
realmente por aquilo ali. As pessoas perguntam: por que no rap você não
canta uma letra do Brown (Mano Brown, dos Racionais MCs), do (MV)
Bill, do Rappin’Hood… É que, embora periferia seja periferia em qualquer
lugar, as experiências, por mais parecidas, não são as mesmas… Essa
idéia da veracidade, do seja você mesmo, da verdade, que impera no Hip
Hop, é o que nos impede de fazer isso.


CP • Muitas vezes, num rap, o MC’s assume na narração em primeira
pessoa um personagem que é outro, freqüentemente alguém que está
na marginalidade, no crime. Como fazer quando esse personagem é
confundido com o próprio cantor?

G • Aí a gente volta mais uma vez naquela fi ta que é a
responsabilidade, a sabedoria de como colocar o texto. Em “Quando
o pai se vai”, eu falo de dois tipos de pai: um que não assumiu a
paternidade, mas também de outro – a mãe morreu e ele criou os quatro
fi lhos, “pensou em se casar, mas não arrumou ninguém/ que tratasse
seus fi lhos bem/ da forma que ele realmente queria/ e fez um voto que
viúvo continuaria”. É preciso apontar que tem o bom pai dentro da
quebrada, que o Hip Hop colocou o pai numa via crucis, a mãe sempre é
a heroína, e o pai é sempre o pilantra. Também é preciso apontar o que
é a fi ta do tráfico. Em “O Amor versus a guerra”, eu descrevo o glamour
do crime – “Prestígio, muita fama/ sobre a cama, mulher-dama/ muitos
trutas, muita grana/ sai do pó, sai da lama/ nunca perde, sempre ganha/
sempre bate, nunca apanha” – mas, no final, ele arruma aquela mina que
se pergunta: “eu quero um cara que, aos 30 anos, já não existe mais?
Ser viúva aos 20 e poucos? Ter um fi lho órfão aos 3, 4, 5 meses de idade?”
Esse discurso é colocado, o Hip Hop tem essa responsabilidade…
Se o Hip Hop não tiver esse discurso forte, verborrágico, mas agregado à
família, agregado ao certo, a gente vai perder mais e mais parceiros nessa
roda viva, nessa ciranda capitalista. Quando eu escrevi essa letra, muita
gente, muito parceiro de outros grupos de rap falou: “ô Gog, falando de
amor, de mãe? Essas fi tas aí não viram”. Mas eu falei: claro que vira, você
tá mexendo com o coração, o sentimento das pessoas… No Brasil, até
pelos outros gêneros musicais que imperam em termos de público, as
pessoas acham que tem que ser sempre um refrão fácil, uma letra boba,
e essa é a química do sucesso. Eu falo: mano, é mais do que sucesso.
O respeito é eterno, sucesso é euforia. Eu não quero, para o meu orgulho,
dizer: olha, vendi 1 milhão de cópias. Quem sabe, 50 anos depois de eu
ter morrido, tenha uma comemoração como vai ter agora dos 40 anos
de Che Guevara e se diga: “olha, o cara foi super importante para o povo
latino-americano, para a grande pátria…”


CP • Você se orgulha de viver de poesia?

G • Eu me orgulho de viver da verdade, porque tem muita poesia
mentirosa. É muito bom você dizer: “eu sou eu mesmo, isso aqui que eu
faço sou eu, não tem personagem”. É o que eu busco, é o que eu vejo, é a
minha forma de analisar, a mentira não está presente. Essas coisas é que
eu tento mostrar para os moleques que são possíveis. Não precisa você
vestir um personagem, ser ele duas horas do show e passar as outras 22
horas se escondendo daquele personagem.


CP • Como você pensa essa sua parceria com músicos de classe
média, como Lenine, Maria Rita?

G • Também é uma frase de “Malcolm X foi a Meca, Gog ao Nordeste”:
“Música é universal, mas tem que ter identidade”. Música é universal,
irmão. É interpretação, é sentimento. A gente não pode colocar uma
fronteira: até ali onde vai o barraco é sentimento, onde começa os prédios
é mentira. Não é dessa forma. Tem muita gente que habita os barracos de
madeira e não é de verdade, e tem muita gente que habita os prédios e é
de verdade.


CP • No seu último disco, há uma faixa, “Sonho real”, que narra de
uma forma muito semelhante (embora declaradamente oposta) à de uma
reportagem sobre um episódio de violência contra um grupo de sem-teto,
ocorrido em Goiânia, em 2005. Por que o rap assumiu esse papel de fazer
“jornalismo”?

G • O rap é o jornal do povo, ele fala na linguagem do povo
o que o povo quer ouvir, mas ele dá uma cara de qualidade nisso.
Tem jornalzinho aí que você torce, escorre sangue, mas esse aí não é
o jornal do povo, eu me nego a falar que aquilo ali é o que o povo quer
ler. Mas quando você fala: “olha, mano, aqueles barracos ali que estão
derrubados, tem famílias que moram ali dentro”. Quando você olha
aquele senhor que está ali, vai passar a pista (aponta para um morador
de rua idoso, que passa perto de nós): ele tem uma história, é um dos
caras mais queridos da Candanga, é das antigas. Agora, o cara vem aqui,
fl ap, tira uma foto: “Candangolândia repleta de mendigos”. Os caras
fazem assim, esses jornais que tentam ser populares e são populistas
agem dessa forma. O Hip Hop, como é que faria? Ele poderia até tirar
uma foto dele, mas diria assim: seu Zé, trabalhador, várias derrotas
que nunca o fi zeram curvar, ele não parou de caminhar, ele não parou
de respirar. Ele ainda tem sangue nas veias. Para mim, ele é mais um
rebelde brasileiro. Quer dizer, ele é atração na quebrada, ele não é o cara
que é só derrota. Dentro da derrota dele, tem várias vitórias. Hoje, dentro
dessa porra desse capitalismo que tem aí, dessa forma que é, várias
restrições que você tem são vitórias para você. Porque se torna uma
coisa tão ruim, tão materialista, no sentido de ter, ter, ter, querer, sempre
querer mais… O cara, mesmo sendo rico, não pára, porque senão vem o
outro e fi ca mais rico que ele…


CP • O capitalismo atrapalha a poesia?

G • Capitalismo e poesia não casam, não vira. Só para ter dinheiro
mesmo para publicar os livros, os discos, e já era. Capitalismo e poesia,
o cara não vai ter sensibilidade, só pensa em número. Só se for 1 + 1, 2,
2 + 2, 4…


CP • Você é um dos artistas do Hip Hop brasileiro que há muito
tempo identifi ca as proximidades entre o rap e algumas formas de poesia
popular. Quais as formas de expressão artística brasileira que mais
casaram com o rap, o influenciaram?

G • O repente é uma coisa que já vem na mente quando a gente fala
disso… E o samba: quando você começa a ouvir Cartola, Dicró, Fundo
de Quintal, tem uma proximidade muito grande. O soul, a black music
brasileira, Gerson King Combo, Toni Tornado, é uma coisa que já tem
uma identidade. E muita coisa da chamada música popular brasileira,
essa exportada: Lenine; Gilberto Gil tem algumas coisas para gente
trabalhar, na primeira fase dele, Tropicália… Aí já vai mais para área da
pesquisa musical, você trazer para o universo do Hip Hop aquilo que
é de atitude, mas está desgarrado do seu estilo musical. Tem vários
textos de artistas da MPB, do samba, do repente, que têm a direção da
transformação social, da caminhada, mas não têm uma roupagem que
tenha identificação com a gente.


CP • O rap sempre se afirmou como cultura negra. Como você vê essa
afirmação de um rap nordestino promovido por você?

G • O rap teve num primeiro momento esse discurso da negritude,
mas ele sempre foi periférico, e na periferia tudo se encontra. Quando
você chega, a proximidade do samba, da embolada, do repente… Ele está
ouvindo Marvin Gaye, Toni Tornado, mas a mãe dele está ouvindo Marcio
Greik, Odair José… Esse caldeirão é a periferia, é onde tudo se encontra.
É como se fosse a pororoca, o encontro das águas do mar com as águas
do rio Amazonas… Mas você vê que, até na natureza… Lá na ilha de
Marajó, durante quilômetros as águas do mar são doces. Então, há
resistência… Ele vai empurrando até que não tem mais jeito…


CP • Você é reconhecido pelo pessoal do movimento da Literatura
Marginal como o primeiro rapper que chamou um desses autores para
subir ao palco – no caso, o Sérgio Vaz, que aliás é o idealizador do sarau
da Cooperifa… Como surgiu essa idéia, por que você achou interessante
trazer para o Hip Hop esse movimento?

G • O rap é o canto falado da periferia, e a poesia marginal é o texto
escrito, é caneta e papel na mão. As letras do Sérgio são raps, só falta
musicar. Os textos do Ferréz são raps, é só pegar e musicar aquilo ali.
É até um projeto que um dia pode acontecer: pegar as poesias desses
grandes autores. Eu estava um dia desses conversando com o Nelson
Maca (autor que participa do movimento da Literatura Marginal), lá
de Salvador: até incomoda essa fi ta de poesia marginal, quando nós
somos o centro do problema, nós estamos no centro. Na realidade,
marginal é quem está à margem disso aí tudo. Mas veja como o Hip Hop
está comandando, movimentando uma roldana hoje. Você vê que esse
discurso, essa caminhada, do rap engajado, a literatura, tende a ser mais
universal que o discurso da “sabedoria de rua”.


CP • Pois é. O Hip Hop sempre se colocou como cultura de rua,
sabedoria de rua, aquela história de que “a rua me atraía mais do que
a escola”. Como você vê isso?

G • Isso limita a expansão do Hip Hop. Chega uma hora em que a
sabedoria de rua não vai te tirar da cadeia. Você acaba sendo refém
da sua ignorância. Quando eu falo ignorância, é não ter acesso àquele
conhecimento. O acesso ao conhecimento não pode ser limitado. O rap,
como o jornal da periferia, do povo, não pode ser limitado. Ele tem que
buscar a informação e ser verídico, ser idôneo, ser isento. Tem que colocar
a idéia, puxar a orelha dos moleques: olha, você tá tomando esses tapas
porque lá na frente vai pegar é cadeia. Hoje, esse castigo que você está
tendo aqui é porque lá dentro, ó, os caras não aliviam.


CP • Por que o rap brasileiro adquiriu esse tom majoritariamente
direcionado para um discurso de conscientização? No passado, houve
outras opções. Por que essa foi a que vingou?

G • Para ser sincero: até 88, 89, o rap brasileiro tinha uma cara.
Eu ouvia Thaíde nessa época. Achava legal, mas não me despertava para
nada. Mas, quando eu ouvi o Racionais MC’s, aí foi foda: “Então, quando
o dia escurece, só quem é de lá sabe o que acontece” (versos iniciais de
Pânico na Zona Sul, uma das primeira faixas gravadas pelo grupo).
Eu que já vinha, já tinha um texto, falei: “caramba, olha a contundência,
a dureza, junto com o texto, junto com a verdade, a palavra, a evolução,
a revolução…” A partir daí, jamais fui o mesmo. Só que eu tenho que dizer
o seguinte: na mesma hora que fez essa revolução, o Racionais fez o mal
também. Porque a fórmula do Racionais só funciona para o Racionais,
e fi ca todo o mundo tentando a fórmula do Racionais. Cara de mau só
funciona para o Racionais. Aquela postura é a postura deles, não dá para
copiar. O fato de eles não irem a uma emissora, não darem entrevista
só funciona para eles, não funciona para mim. E muita gente caiu nessa
armadilha. E eu não sei se o Racionais não contou isso, ou demorou a
falar para os caras, mas isso atrapalhou o Hip Hop, cansou, afastou ele
da sua caminhada de seguir em frente… Eu acho que, se você trabalha
todo dia, vai ter sua casa para morar, vai ter um conforto melhor. E cadê o
conforto do Hip Hop? Não tem, porque nós muitas vezes não trabalhamos
de forma objetiva. Hoje, o que a gente sente é que altos grupos bons, que
existiam por aí, sumiram porque muitas vezes não tiveram personalidade
para seguir sua própria caminhada, para ter seus objetivos no dia-adia
e não conseguiram acumular o que era preciso para sobreviver,
seu oxigênio… As pessoas não observaram o seu ambiente, até onde
poderiam chegar, não tiveram um projeto… E se confundiram.


CP • Se cresce a diversidade, o que continua unificando o Hip Hop?

G • Esse casamento entre o discurso e o ritmo. Porque o ritmo –
não dá. Quando você ouve um rap, você já começa aqui (simula balanço
da cabeça e dos ombros). Mas o que vai mesmo definir a longevidade
daquilo é o discurso. O que vai sempre atrair o público periférico é essa
proximidade, essa ligação direta com o dia-a-dia do povo.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Consciencia Humana - Entre a Adolescencia e o Crime

Fico meio cabreiro de postar rap nacional aqui no blog, sei lá se os caras vão ou não gostar da atitude, mas desde já deixo adiantado que qualquer problema com os artistas brasileiros que eventualmente eu venha a postar aqui tiro imediatamente o link de download por respeito ao trampo dos caras.
Cabreirices a parte, Consciência Humana é foda demais... Pra mim está entre os melhores no rap nacional e por isso que tô postando aqui.




1 - Abertura
2 - Rato Cinza canalha
3 - 121 (rajada parte 2)
4 - Periferia segue sangrando (part:Japão & Cambio Negro)
5 - Entre a adolescencia e o Crime
6 - Geral
7 - Viagem
8 - Amigo de infancia
9 - Lembranças
10 - Lei da Periferia
11 - Periferia tem seu lado bom
12 - Reflexão


Clique aqui para baixar

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Sifili Freddi - El Idioma De La Tormenta (CHILE)

Mais um chileno que manda um som cabuloso...
Peguei no ErreapeChile. Muito classe o som...



01 Sifili Freddi - Intro dj lanza
02 Sifili Freddi - En el abismo
03 Sifili Freddi - Bombas de colores 2
04 Sifili Freddi - Interludio
05 Sifili Freddi - Jijo chile pepe
06 Sifili Freddi - Cigarro suelto
07 Sifili Freddi - Chemikal children
08 Sifili Freddi - Tango sifiliano
09 Sifili Freddi - Pastillas
10 Sifili Freddi - Futuro saiko
11 Sifili Freddi - Violacion fatal
12 Sifili Freddi - Trepanacion
13 Sifili Freddi - Chemikal Children (REMIX) feat. Sucio Rob

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terça-feira, 29 de abril de 2008

Legua York - Huelga de Hambre (Chile)

Rap revolucionário chileno, além de qualidade no som, qualidade nas ideias. Ouvi dizer por ai que ele é militante da JJCC - Juventudes Comunistas de Chile.
Segue a linha de outros chilenos que já tinha escutado antes, rimas rapidas e bem esquematizadas e grande influencia da musica popular chilena são seus pontos fortes.
Então toma:



01 - El legado
02 - Soñar
03 - Cruzando toro zambrano
04 - El planeta de los simios
05 - Pobre kaminante
06 - Ametetseedsecnarfleekignolsamsere
07 - Ser Joven
08 - Marichiweu
09 - Yo no rapeo
10 - Dame fuerza
11 - Martir
12 - Amor Exilio
13 - Chien de fachos
14 - Skapa
15 - Con una pala
16 - Dios habla en ingles
17 - Hey
18 - Abajo el imperio
19 - Aeugalonimret

Clique aqui e baixe.
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segunda-feira, 28 de abril de 2008

The Roots: Rising Down (2008)

Novo Cd dos caras, muito bom por sinal


Tracklist:

1. The Pow Wow
2. Rising Down (Hum Drum) (featuring Mos Def, Styles P & Dice Raw)
3. Get Busy (featuring Dice Raw, Peedi Crakk & DJ Jazzy Jeff)
4. @ 15
5. 75 Bars (Black's Reconstruction) (featuring Tuba Gooding Jr.)
6. Becoming Unwritten
7. Criminal (featuring Truck North & Saigon)
8. I Will Not Apologize (featuring Porn, Dice Raw, & Talib Kweli)
9. I Can’t Help It (featuring Malik B & Porn)
10. Singing Man (featuring Porn & Truck North)
11. Up There (Unwritten) (featuring Mercedes Martinez)
12. Lost Desire (featuring Malik B & Talib Kweli)
13. The Show (featuring Common)
14. Rising Up (featuring Wale & Chrisette Michelle)
15. Live at WPFW, 1994 (Hidden Track)

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Divulgue!!!
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domingo, 27 de abril de 2008

Mais um a menos.

Justiça inocenta policiais por morte de negro desarmado em Nova York e causa protesto

Os agentes deram 50 tiros em Sean Bell, de 23 anos, no dia 25 de novembro de 2006, na saída de uma boate do Queens horas antes do casamento da vítima.

Bell estava com dois amigos no carro. Um deles, Joseph Guzman, levou 11 tiros, o outro, Trent Benefield, foi atingido por três tiros. Os dois ficaram internados por meses, mas conseguiram se recuperar.

Os detetives Michael Oliver, Gescard Isnora e Marc Cooper - inocentados hoje - despertaram, na época, acusações de racismo e brutalidade contra a polícia nova-iorquina.

O juiz Arthur Cooperman pronunciou a sentença diante da noiva de Bell e familiares da vítima. Assim que a senteça foi lida, Nicole Paultre, que era a noiva de Bell, saiu da sala gritando que não poderia ficar lá. "Eu tenho de sair daqui, eu tenho de sair daqui".

Este é o caso de violência policial mais grave dos últimos anos na cidade e o veredicto era esperado por centenas de pessoas do lado de fora da Suprema Corte do Queens.

Os manifestantes protestaram ao tomar conhecimento da absolvição. Uma mulher, que estava sentada em uma das primeiras fileiras, disse a um policial negro: "como o senhor pode sentir orgulho em vestir este uniforme?"

Na época, a polícia explicou a ação dizendo temer que os homens estivessem armados e fossem atirar. O então prefeito Michael Bloomberg disse que "os policiais tinham razões para acreditar que um confronto com armas de fogo estava para acontecer e tentaram evitar isso".

A casa noturna, onde bell tinha acabado de sair, estava sendo vigiada por causa de várias reclamações sobre a presença de armas, tráfico de drogas e prostituição no local.

Para o chefe da associação de policiais de Nova York, Patrick Lynch, com a decisão do julgamento "não há ganhadores, não há perdedores" no caso. "O que temos é uma pessoa que morreu", afirmou.

Fonte


Mais um caso de violencia policial no "primeiro mundo", pelo menos esse teve repercussão internacional ao ponto de podermos ficar sabendo de tal fato...Imagina quantos irmãos e irmãs estão morrendo nas mãos dos porcos fardados nas grandes metrópoles do mundo, seja por causa da cor de sua pele, religião, luta política ou qualquer outro motivo. Mas pros "caras" que comandam tá tudo certo, ao ponto de o chefe da associação dos porcos chegar ao ponto de dizer que "não há ganhadores, não há perdedores" nessa merda, e vai além dizendo que "o que temos é uma pessoa que morreu", só isso!!! Se fosse uma pessoa branca e com grana seria um grande absurdo pra mídia (vide caso Isabela), iriam noticiar 50 vezes por dia, acompanhar pericia, encher a cabeça do povo com um monte de babaquice que eles inventariam, afinal é inaceitavel a morte de uma "pessoa de bem" ("leia-se rica e branca"), agora a morte de um irmão pobre e preto é só "uma pessoa que morreu" e isso não afeta em nada na sua vida. Continue estudando, trabalhando, enfim não ligue pra nada dessa merda, é só uma pessoa que morreu, fique sentado no sofá assistindo o quão bom é o padrão de vida burguês, afinal é só uma pessoa que morreu, você não tem nada a ver com isso, não é? A não ser pelo fato de morarem em bairros parecidos, receberem salários parecidos, ter a cor da pele parecida, serem explorados por pessoas parecidas, tudo isso é só mera coincidência e você não será o proximo, não é?


Videos no Youtube sobre o caso Sean Bell:


Documentario com 4 partes sobre o caso:










Clipe do Papoose:





Tem mais varios videos lá, mas não tive tempo de ver todos, se alguem achar algum bacana é só deixar o link nos comentarios que eu edito a postagem.

*Parece que o pessoal do Hip Hop tem se mobilizado bastante em torno do caso. Exemplo pra nós.


Som do post:

GOG - Matemática na pratica.



sábado, 26 de abril de 2008

Talib Kweli - Focus (2007)


1. Hip Hop Is...
2. The Wanna Know
3. Slap (Feat. Saigon)
4. Real Recognize Real (Feat. Styles P)
5. What I Seen
6. Subway Surfin (Feat. Rakim)
7. On Fire
8. Prime Example
9. Its That Time
10. Shame (Feat. Strong Arm Steady)
11. Stars (Feat. Jean Grae)
12. Stand Up Feat. Kardinal Offishal
13. Uncut Feat. Ghostface Killah
14. Rise
15. Lets Go (Feat. Killa Mike)
16. The City (Feat. Phil The Agony)
17. Cant Ya See (Feat. Snoop Dogg)
18. Get It (Feat. Mos Def)

Clique para baixar


No meu fone:
Banda Black Rio - Mente do Vilão

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Postagem de inauguração

Depois de perder muito tempo pensando em publicar ou não um blog onde eu possa opinar sobre algumas coisas que penso, abrir espaços para textos interessantes que acho por ai, opiniões de camaradas e é lógico divulgar os sons e videos que curto e acho interessantes, resolvi lançar esse blog na rede. A idéia do blog, como o nome já diz, é ir para além do hip hop e discutir coisas que vão desde musica e diversão até politica, literatura, teoria e transformação da sociedade.
O espaço é aberto para publicação de textos e material independente de qualquer tipo (CD´s, Livros, divulgação de eventos, textos, etc.), porém qualquer material externo está sujeito a avaliação do editor do blog (no caso eu), funciona tipo assim, se você mandar o disco do seu grupo eu vou publicar, mas antes vou ouvir e escrever algo sobre o material, se você mandar um texto eu publico também, mas me reservo ao direito de fazer comentarios sobre o mesmo.

E pra começar bem vou um CD que de um grupo que acho muito loco, Anonimo Consejo, de Cuba.





Clique Para baixar
Paz.